terça-feira, 22 de novembro de 2005

Hino da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos

Neste dia de Santa Cecília, padroeira dos Músicos, apresentamos o Hino da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos.
A sua letra é da autoria de Vasco Pereira da Costa e a música é de Carlos Alberto Moniz.
Vários foram os digníssimos músicos que colaboraram na gravação deste hino, destacando-se Maestro Pedro Osório, Maestro António Ramos, Eng.º Roberto Carneiro, Carlos Alberto Moniz, Dr. Vasco Pereira da Costa, Dr. Alfredo Vieira de Sousa, Carlos Duarte, Manuel Freire e Dr. Carlos Corvelo, para além de um coro de 22 elementos.

Aqui fica a letra:
Refrão
Ó verdelho companheiro
fruto do vento e da lava
festeiro
gerado na terra brava
Ó verdelho vinho amigo
bem espremido no lagar
abrigo
d’amores da terra e do mar
I
Chega o verdelho à mesa
seco, apurado e honesto
fica no gosto a certeza
que vale a vida este gesto
Azul do céu, verdes tantos
cinzento, lilás de lume
negros de noites de encanto
inventam o teu perfume
Refrão
II
Aromas de sol, tons d’oiro
luz festiva de alegria
és verdadeiro tesoiro
riqueza da Confraria
Ó prezado amigo velho
que estás bem à nossa beira
Ó companheiro verdelho
dos Biscoitos da Terceira
Refrão
III
Luz festiva de alegria
és verdadeiro tesoiro
tesoiro
riqueza da Confraria

Registe-se que obtivemos estes dados a partir da Revista "Verdelho" (Ano I, Nº 1, 1996, pág. 23), que é o Boletim da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos. Logo que tenhamos oportunidade prometemos abordar especificamente esta singular e interessante publicação.

4 comentários:

Anónimo,  24/11/05 23:17  

Como Confrade Fundador da C.V.V.B.deixo aqui as minhas cordeais saudações báquicas com a certeza do nosso pensamento sobre ideias que nos irmana, recordando algumas das minhas palavras quando Grão-Mestre, na IV investidura de Confrades -18.10.1997

"Se a bravura dos nossos lobos do mar, nas suas longas viagens, descobria novas terras, onde por vezes a viticultura foi e ainda é reconhecimento e admiração do Mundo, o certo é que a história há-de também registar com justo louvor, as lutas e as honrosas conquistas das confrarias, que se propuseram defender com os seus próprios recursos, pelo amor á terra, cujo engrandecimento e prosperidade tão intensamente almejam.
Abrigo das cepas, as típicas curraletas, enfileiradas, fazendo lembrar os bravos soldados prontos a enfrentar o inimigo, lutando, conquistando dia a dia o reconhecimento do nosso País, embora com algumas e importantes baixas nos últimos anos, são a identidade de um povo, que tem sabido distinguir-se, norteando-se sempre, sem desesperança, antes com a mais entranhada fé, por parte daqueles, que connosco tem lutado por uma protecção das nossas raízes vitícolas e por uma classificação da zona de Vinho de Verdelho e de outras castas, como Paisagem Protegida de Interesse Regional.
Alguns erros acumulados a enleiam e a oprimem, necessitando esta de medidas curativas, dizer o contrário era mentir e não o saberiamos fazer, nem a franqueza permite usar ambages que de falsos adornos pretendam engalanar a nudez da verdade.
Não pedimos neste caso, nem favores, nem protecção das autarquias nem do Governo, pedimos apenas que atentem com olhos de ver, de saber e de sentir, na única fonte ambiental/vitícola da nossa ilha Terceira, razão da nossa existência.
Que este pedido se harmonize com a vossa compreensão é o nosso maior desejo, pois que de forma alguma queremos impor esta classificação- paisagem protegida- como os sábios na matéria, mas apenas como resultado de opiniões imparciais, colóquios,conferências, abaixo-assinados,congressos, simpósios, entre outros,que tiveram em mira não só o bem estar de uma Região Demarcada, mas também a prosperidade da Freguesia, bem como a preservação da paisagem vitícola fonte rica do nosso património cultural.
Porém como soldados leais e devotados, posto que dos mais obscuros anima-nos ainda o mesmo ardor bélico em prol do Vinho de Verdelho dos Biscoitos.
Só por meio de um espírito colectivo, podemos aproximar uns dos outros, penetrando do sentimento de solidariedade. È o único meio de promover a mobilização das nossas forças Enófilas, arregimentando assim, aqueles de crença e de boa fé que, fora todo o espírito individualista e mesquinho, trabalham pelo bem estar do VINHO PORTUGUÊS.
Esta Confraria, veio demonstrar como em torno da bandeira pacífica da vitivinicultura se podem juntar mulheres e homens de todas as opiniões e de todas as facções políticas, num esforço patriótico em defesa de uma paisagem, de um ambiente vitícola, de uma economia, enfim em defesa do VINHO."

Anónimo,  25/11/05 14:37  

Como Grã Camareira da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos,desejo expressar o meu agradecimento pelo trabalho desenvolvido em prol do Vinho Verdelho, e da nossa freguesia dos Biscoitos, na defesa de um património que parece querer ser ignorado, e pelo qual temos o dever de nos unirmos, fazendo ouvir a nossa voz junto de quem de direito.
A Terceira tem que ser defendida, no seu todo:nas suas tradições, na sua beleza e muito particularmente
no seu Vinho Verdelho!

Irene Ataide





Irene Ataide

Anónimo,  25/11/05 19:10  

CONFRARIA DO VINHO VERDELHO DOS BISCOITOS

Por: José Baptista Vaz Pereira *

A trabalhar com tal arte
Neste vinho "Donatário"
Pois já chega a toda a parte
O seu uso no Sacrário.



"Angelica" tão amada
Que nos Biscoitos bebi
Foste menina prendada
Que todos gostam de ti.


" Vinho da Pedra" paixão
Vem da lava de mansinho
P'ra uma boa refeição
Tem os Biscoitos o bom vinho.


"Pedras do Lobo" beleza
Ao lembrar lindas canções
Quando apareces na mesa
Embriagas corações.



Confraria, abençoada
Pelo Baco e Jesus
Encanto da madrugada
Os reflexos da luz.



É perfume que enlaça
A Confraria rubrica
Será um verso que passa
Ou um poema que fica.



* Poeta Popular


In "VERDELHO" . Revista da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos.Ilha Terceira. Açores. Ano VI . N.º6 - 2001,página 11.

José Aurélio Almeida 25/11/05 22:03  

Agradeço a todos os textos que incluiram.
Faço uma referência especial ao excelente texto do senhor Luís Brum (incansável lutador pelos Biscoitos e pelo Verdelho), ficando grato por se ter dado ao trabalho de o partilhar connosco, neste espaço.
O poema também é bastante interessante.

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