quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Guardiões voluntários

Na sequência da recente onda de assaltos nos Biscoitos, bem como por muitos outros locais da Ilha Terceira, a população desta freguesia organizou-se para proteger activamente os seus bens. Este facto já foi alvo de notícia na comunicação social, como pertinentemente um morador nos Biscoitos comentou ontem neste blog.
O mesmo órgão de comunicação social apresenta algumas considerações produzidas por fonte da autoridade policial sobre esta actividade, sugerindo "que cada pessoa vigie as suas casas e fiquem quietas para não serem elas a quebrar as leis e passarem a ténue linha de fronteira entre um trabalho meritório e serem eles a acabar na prisão por cometerem crimes pensando que estão a fazer algo de bom". É ainda aconselhado vivamente aos cidadãos que comecem a “cuidar mais e melhor das suas casas, fechando as portas dos edifícios e dos carros a fim de não facilitarem a vida a quem os quer assaltar”, e a utilizarem meios de auto protecção como alarmes, cães ou outros.
No mesmo número do Diário Insular, o Editorial aborda este assunto, escrevendo-se, entre outras coisas o seguinte: "Uma coisa é certa: estas atitudes que, em outras alturas da nossa História, foram impulsionadas para compensar a falta de protecção policial, nem sempre deram bons resultados, por descambarem, não poucas vezes, em violência gratuita. Bastará lembrar a “Justiça da Noite”. Para pôr cobro a esse estado de espírito, é preciso que o cidadão recupere a confiança e acredite na disponibilidade das suas Polícias para o defenderem. Como é que isso é possível se, ao que parece, a Terceira tem, actualmente, menos 30 por cento dos agentes que seria suposto ter; quando as prioridades de actuação, mesmo dentro das actuais contingências, talvez estejam mal definidas; quando há serviços oficiais que exigem desequilibradamente os seus préstimos... Todas estas angústias nos assaltam, porque esbarramos com muitos polícias de dia e muito poucos à noite, sendo que é pela calada da noite que as pessoas são vítimas. E vivemos num paraíso!"
Outro local onde esta situação está referida e comentada é o blog "açores sa".
Por nós, respeitando-se os preceitos legais e o bom senso, e na ausênsia de eficácia por parte das autoridades competentes em termos de segurança pública, vemos como positivo que existam voluntários para agir como guardiões dos bens dos biscoitenses.

5 comentários:

Anónimo,  8/12/05 09:41  

Na sociedade é por vezes necessário capitular com a ignorância e com a loucura.
Os animais racionais são o que a natureza os fez,quanto á humanidade é o produto duma sociedade.

Anónimo,  8/12/05 21:08  

Avante biscoitenses! O povo é quem mais ordena. Desde que cada um saiba até onde pode ir, muito bem. É preciso resistir à tentatação de não entrar em violência. Em comunidade todos deveríamos saber ocupar o nosso lugar e assim cada um seria um exemplo. Será que ainda querem retirar as forças de segurança dos Biscoitos?
Como é lindo ver um Presidente da Junta ao lado dos seus eleitores na defesa dos bens!

José Aurélio Almeida 30/12/05 00:23  

Sobre este assunto escreve-se no Editorial do Diário Insular (16/12/2005) que "As brigadas populares de vigilância que se formaram nos Biscoitos para travar a onda de assaltos que a freguesia estava a ser alvo, estão a motivar outras freguesias terceirenses que têm em andamento grupos de ronda semelhantes.
Era inevitável esta atitude contagiante, porque o que estava a acontecer nos Biscoitos, acontece igualmente por toda a ilha e como as forças policiais disponíveis são insuficientes para atender a toda a Terceira, então dá oportunidade a que cada freguesia se organize na defesa dos seus bens e pessoas.
É claro que estas práticas são legitimadas pela própria situação e dissuasoras na sua essência. Enquanto mantiverem afastados os meliantes, tudo bem. O pior será se se depararem com situações de flagrante e tiverem mesmo de entrar em acção. Sem preparação, poderá estalar uma guerra que, depois, não vai ser fácil parar e cujas consequências não são fáceis de prever.
Batemos sempre no mesmo, mas não é fácil sair daqui: há efectivos policiais a menos, tendo em conta estas ondas de marginalidade que, de quando em vez, assolam a ilha. É verdade também, que é capaz de haver pouca maleabilidade na gestão das forças disponíveis, mergulhadas que andam em esquemas rígidos muito próprios das forças militarizadas ou lá próximo. Em situação de alguma crise não são notórios reforços em determinados sectores.
Daí que esta onda de criminalidade, que está instalada, e que não dá sinais de diminuir, tenha que ser combatida. Uma das ideias aventadas ultimamente e que talvez ajudasse a resolver o problema urbano, seria um sistema de vigilância electrónico através da instalação estratégica de câmaras de vídeo espalhadas pelas cidades e a disponibilidade, em regime de prevenção, de brigadas policiais de intervenção rápida que actuariam ao menor sinal. Já seria um sinal."

Anónimo,  30/1/06 20:07  

Homens e mulheres assim deviam também ajudar a proteger o seu património(o nosso!) as curraletas e a casta (castas tradicionais) da Verdelho dos Biscoitos.
Senhores Presidentes, da Câmara Municipal da Praia da Vitória e Junta da Freguesia devem liderar!
Parabéns ao responsável por este blog, talvez um futuro candidato á Câmara Municipal da Praia da Vitória. Não precisamos de politicos vulgares mas de pessoas que sirvam e defendam a sua terra.As provas estão claras...

José Aurélio Almeida 30/1/06 23:47  

Caros Martinha e Valério:
Concordamos que os Senhores Presidentes referidos devem estar na primeira linha de defesa do nosso património. Desejamos que actuem, com resultados práticos.
Agradecemos os parabéns e também a referência à possibilidade de candidatura apontada (mais pelo reconhecimento dos princípios que foram observados do que pela possibilidade de tal candidatura surgir).

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