A Revista do
Diário Insular do passado domingo, dia 21 de Maio, apresenta nas suas duas páginas centrais o agrupamento musical "Ad Libitum", do qual faz parte o biscoitense Paulo Almeida.
Para além de incluir algumas informações sobre o grupo, a reportagem de Vanda Mendonça, com fotografias de António Araújo, recorre principalmente a citações exactamente de Paulo Almeida.
Publicamos então de seguida a maior parcela da referida reportagem:
"Com uma sonoridade marcada pelo jazz, bossa nova e dixies, os Ad Libitum (que em linguagem musical significa "à vontade", livremente, conferindo ao intérprete certa liberdade no andamento de uma passagem ou cadência) são o único projecto musical do género existente na ilha Terceira.
O grupo surgiu em 1999, em resposta a um anúncio. “Na altura, o restaurante Casa da Roda andava à procura de um conjunto para fazer animação e pensei que seria engraçado, porque havia falta desse tipo de grupo aqui na Terceira”, conta Paulo Almeida.
“Eu e o Paulo Borges – que já não está connosco porque se encontra no continente a estudar trompete – demos então início à formação do grupo”.
Inicialmente, a banda era composta por Nuno Pinheiro (bateria), Francisco Rocha (piano), Paulo Borges (trompete) e Paulo Almeida (clarinete e clarinete baixo). Os Ad Libitum começaram por actuar no restaurante Casa da Roda e em festas ou casamentos. “Nos primeiros cinco anos, fazíamos um total de cinco ou seis actuações por ano”.
Durante os primeiros anos, os quatro jovens foram auto-didactas. “A maioria de nós estava na altura no Conservatório Regional de Angra do Heroísmo, onde era muito direccionada para a música clássica”, refere Paulo Almeida.
“Este foi o primeiro contacto prático que tivemos com este tipo de música. Fomos aprendendo e evoluindo a tocar juntos. (...)”.
DO CLÁSSICO AO ROCK
A actual formação – Paulo Almeida (clarinete/saxofone tenor), Nuno Pinheiro (bateria), Márcio Cota (trompete), Artur Rocha (baixo) e Francisco Rocha (piano) – realizou, em 2005, uma série de concertos no bar Petiskali, em Angra do Heroísmo, e no Restaurante Rocha, no Porto Judeu. “Durante uma temporada, fomos uma espécie de músicos residentes nestes espaços”, explica Paulo Almeida.
Mais recentemente, o grupo actuou no Auditório do Ramo Grande, na Praia da Vitória, no âmbito da inauguração da exposição de pintura de Rui Melo, e na Carmina – Galeria de Arte Contemporânea, na Feteira, num espectáculo integrado na iniciativa “Livros na Galeria”.
Habituados aos palcos – a maioria dos elementos do grupo está ligada a outros projectos musicais nas áreas do rock ou do jazz, os Ad Libitum têm sentido uma grande receptividade por parte do público de todas as idades.
“Muitas vezes, as pessoas dizem-nos que não compreendem por que é que não tocamos mais vezes”, revela Paulo Almeida.
“Temos tido um pouco de todas as gerações a assistir aos nossos concertos”, sublinha Artur Rocha.
“Ainda no outro dia, uma pessoa mais velha comentava que nunca imaginou que pudesse ouvir jovens como nós, ligados à música rock, a tocar este tipo de música. Penso que esta é a prova de que o que nós tocamos nem sempre é aquilo que consumimos”.
“Todos nós estamos integrados em vários projectos e abraçamos todos os estilos de música, desde o clássico ao rock, passando pelo jazz”, acrescenta Paulo Almeida.
“HORAS EXTRA”
Conjugar a vida profissional, com os vários projectos musicais em que estão integrados nem sempre é fácil. Os ensaios são realizados quase sempre na véspera dos espectáculos e, muitas vezes, os cinco músicos têm de fazer “horas extra”.
“Quando recebemos algum convite para um concerto, entramos em contacto uns com os outros e tentamos marcar uma hora para ensaiar”, explica Paulo Almeida.
“Com o trabalho e a sobreposição de projectos, muitas vezes só conseguimos começar depois da meia-noite”. Continuar a tocar e a evoluir no sentido da perfeição é o objectivo do quinteto para o futuro. “Pretendemos continuar a apostar na nossa formação individual, para atingirmos um nível de interpretação e de à vontade em palco cada vez maior”, sublinha Paulo Almeida.
Em relação aos apoios, o grupo refere que a maioria continua a vir dos privados. “Os apoios público têm sido mais ou menos esporádicos. Não temos tido muitos convites a nível institucional, de autarquias ou de entidades públicas”.
Faz hoje um ano que publicamos:Dia de Bodo
2 comentários:
O teu irmão é um grande músico!
Caro Anónimo:
Ora aí está uma apreciação positiva acerca do músico por causa do qual publicamos esta nota sobre os Ad Libitum.
Ainda bem.
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