quarta-feira, 18 de outubro de 2006

A Confraria do Vinho Verdelho e a CVR-Açores - parte II


Informados por um comentário recebido, ficamos a saber que a "troca de opiniões" entre a Confraria do vinho Verdelho dos Biscoitos (CVVB) e a Comissão Vitivinícola Regional dos Açores (CVRA) não se ficou pelas duas declarações que conhecíamos e de que demos nota a 28 de Setembro último.

Na realidade, sob o título "A propósito da CVR Açores" foi publicado um artigo assinado por Jácome de Bruges Bettencourt, Grão Mestre da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos (n' "A União" a 18 de Fevereiro de 2006, bem como em outros jornais).
Sobre a hipótese de extinção da CVRA, Jácome de Bruges Bettencourt esclarece que o que afirmou "foi que se fala, já há tempos, na remodelação desses organismos e do dirigente máximo a ser eleito pelos produtores, o que é muito natural numa latura de profundas reestruturações e extinções do Governo Sócrates". Adianta ainda o Grão Mestre da CVVB que sugeriu até que "fossem as Confrarias Báquicas de cada uma das regiões vitivinícolas açorianas a assumir a certificação dos vinhos das suas regiões, dando como exemplo o bom trabalho que acontece com a Confraria do Queijo S. Jorge, que faz a certificação de um produto que é dos melhores do mundo, na opinião de muito boa gente."
Jácome de Bruges Bettencourt, neste mesmo artigo, lança ainda várias questões sobre a direcção e a missão da CVRA. É questionado nomeadamente se "não competirá ao presidente da CVR Açores (...) conhecer a realidade, por exemplo da Graciosa ou da Terceira? Visitar as adegas dos seus associados e não associados?", tudo isto no cumprimento de um "trabalho "pedagógico" a fazer neste campo."
Relativamente a declarações de Manuel Serpa, Presidente da CVRA, a um jornal picoense, em que o mesmo diz que "o nosso vinho verdelho é feito sem qualquer acondicionamento de álcool. É um Vinho considerado natural e ecológico", Jácome de Bruges Bettencourt coloca em dúvida o sentido da palavra "nosso", como eventualmente alusivo apenas ao Pico e não aos Açores. Sobre a utilização da expressão "vinho ecológico" e à declaração do senhor Serpa em que este declara que não tem nada a ver com a paisagem nos aspectos gerais, questiona-se se isso não será "fundamental para a preservação do próprio vinho e sua qualidade, atendendo às inerências do próprio clima? Quererá fazer vinho sem vinhas?".
A terminar, o Grão Mestre da CVVB aborda a temática da "promoção que a CVR Açores tem feito" indicando que a mesma "tem sido débil" dando como exemplo o caso da "última BLT (Bolsa de Turismo de Lisboa), em que muita gente procurava os vinhos açorianos e não os encontravam a não ser no Pavilhão "Ilha Terceira"". Em contraponto é indicado "o sucesso das promoções, com provas de vinhos e queijos açorianos levadas a cabo pela Professora Teresa Lima e Irene Ataíde, que levaram os nossos vinhos inclusivamente para o estrangeiro." Pelo meio surge a menção a vários bons vinhos do Pico, da Graciosa e dos Biscoitos (da Adega Cooperativa dos Biscoitos, de José Machado Sousa, de José Manuel da Silva Cardoso, de Simas Simas Lopes e da Casa Agrícola Brum, Lda.).

Agora que, segundo julgamos, está abrangida toda correspondência pública mantida em Fevereiro deste ano entre as duas entidades referidas, resta-nos pedir desculpa pela demora na publicação desta parte do assunto e agradecer as dicas dadas anonimamente sobre a existência desta segunda declaração da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos.

Faz hoje um ano que publicamos:
Cecília Ribeiro orienta Curso de Cerâmica

34 comentários:

Anónimo,  19/10/06 18:42  

Na sequência do comentário do Sr. Frutidor ( http://biscoitos-terceira.blogspot.com/2006/09/confraria-do-vinho-verdelho-e-cvr.html#c116119916808414987 ), na "Parte I" destes posts sobre a CVR-Açores, acho que se impõe dizer o seguinte: As quantidades apontadas aparecem nos estatutos das zonas classificadas e não nos estatutos da CVR, como afirma.
Foi já dito que "na história recente da vitivinicultura dos Açores é tudo DEMASIADAMENTE OPACO, e não raras vezes com atitudes arrogantes e saloias". No entanto agora acrescentarei, até porque me tinha esquecido, arrogantes, saloias e ignorantes.
Então uma vinha atinge a maturidade produtiva com dois/três anos? (aos 7 pelo menos, não contando com a enxertia).
Olhe sr. Frutidor e demais leitores, a viticultura açoriana está como está porque esta sociedade em que vivemos ainda aceita e permite que o principal responsável pela maior empresa produtora de vinhos dos Açores, e agora também deputado Regional, se dê ao luxo de, na Assembleia Regional, afirmar imbecilidades técnicas sem que tenha havido até hoje qualquer contraditório.
Seria da sua parte muito mais democrático e inteligente, conversar com os viticultores e não vir deitar poeira para os olhos do açoreanos como, infelizmente, vem sendo hábito neste sector.
Leia o artigo de opinião do antigo enólogo das cooperativas do Pico e Graciosa, ex-membro da Comissão Executiva da CVR-Açores, Sr. Eng. Viana Oliveira, que diz "Fazendo contas, uma produção média de 2500 litros por HA deverá pruduzir no Pico..." (jornal Diário Insular de 17 de Março de 1998)
Fale com os viticultores e saberá que uma média de 2500 litros por HA é também exageradíssima.

Anónimo,  20/10/06 13:58  

Obrigado por ter feito colheres com os paus que "comentei"...
Continue a comentar.

Anónimo,  20/10/06 18:16  

http://srec.azores.gov.pt/dre/sd/115162010600/documentos/projecto_educativo.pdf.

Anónimo,  21/10/06 11:41  

Sou um "velho" Amigo de escola, o Zé Augusto, da Mariana. Li a tua opinião, uma resposta à Jácome, e adorei e fui consultar os jornais e encontrei a última no Diário Insular da Terceira.Não te esqueças do teu Faial.Um abraço

Anónimo,  22/10/06 10:18  

Alguns comentadores usaram um vocabulário que dá a entender que a cvr Açores nada tem feito e "anda como a Alice...".
Será que está tudo errado?Será o fim dos vinhos da ilha do Pico, da ilha Graciosa e Terceira?
Espero bem que todos estes comentários sirvam para alertar.
È preciso terem fé no futuro vitivinicola açoreano.

Chamo-me apenas Zé

Anónimo,  22/10/06 13:17  

Caros comentadores, amanhã num programa da rtp açores tendes "sermão" pelo presidente da cvr açores.

Anónimo,  22/10/06 16:38  

http://acores.sapo.pt/opiniao/inferior.php?id=129

portal Açores-Canal de Opinião-Actualidade

Anónimo,  22/10/06 18:25  

O link está mal .... mas aqui fica a, digamos, asneira!

"O Deputado Europeu PAULO CASACA e. o Vinho de Cheiro do Pico e dos Açores.
2004-02-06 14:41:36
Rui Pedro Ávila
Aposentado - Ilha do Pico


Rui Pedro Ávila


Afinal, o bom senso e alguma clarividência política podem ser condições necessárias e suficientes, para que, o nosso vinho tradicional, o vinho de cheiro - com já quase dois séculos de "vivência" na nossa ilha - mereça o tratamento sócio-cultural que sempre lhe demos, e não outro.

Volto a recordar, para os meus muitos amigos, que tem a delicadeza de me honrar com a sua leitura, o que, em 2 de Agosto último, escrevi sobre este assunto, e cito:
"Continua a ser uma grande ajuda na economia familiar de muitos Picoenses - o vinho do Pico, tinto - produzido nas "vinhas" de beira-costa, por toda essa ilha fora, de Santa Luzia às Pontas Negras, da Criação Velha à Baixa da Ribeirinha, do Canto em Santo Amaro a São Mateus, da Manhenha ao Cachorro, da Praínha do Norte à Engrade...Tem protecção legal quanto à sua produção, mas não quanto à sua comercialização... Esta autorização da União Europeia deve ser renovada, porque de uma questão económico-cultural intrínseca e peculiar se trata... Todos sabem que, o vinho tinto do Pico que hoje se produz, tem uma componente de qualidade que lhe é emprestada pelo adicionar de outras castas como "ribeiro" e "saibel" (...) " (fim de citação)

Vem tudo isto a propósito da sessão, mais uma e ainda bem, que o nosso Deputado Europeu Dr. Paulo Casaca, quis promover na nossa ilha, sobre "A Questão do Vinho de Cheiro". (a)

Tive oportunidade de o ouvir, no programa da RTP-Açores, na 2ª feira de manhã (26 de Janeiro corrente) e, naturalmente, fiquei agradado com a sua explicação, mais uma vez muito bem enquadrada em termos sócio-culturais, porque também tem sido sempre só neste âmbito, que eu tenho abordado este tema importantíssimo, para as nossas "gentes do campo".

Ninguém está, nem nunca esteve contra a reconversão da vinha.

Embora muitos falem "em surdina" sobre a enorme diferença entre os capitais investidos e os resultados obtidos na reconversão das "vinhas" do Pico, sou o primeiro a reconhecer que "não são contas do meu rosário". Quem sou eu para de tal falar? Procuro sim, dar voz a muitos que esforçadamente, sem subsídios, mantêm os seus prédios de vinha, comprados ou herdados, "limpos" e a produzir aquilo que só podem dar: uva.

Enfim, parece que (?) a vinha "Isabella" É MAIS AMIGA DO AMBIENTE. Por isso e por outros mais considerandos, vertidos num "estudo comunitário" dado a conhecer ao Deputado Paulo Casaca, pelo Sr. Comissário Europeu, Franz Fischler, poderá vir a ser levantada a proibição europeia À COMERCIALIZAÇÃO DO VINHO DE CHEIRO.

SERIA UMA EXCELENTE NOTÍCIA, para os nossos concidadãos vinhateiros do Pico, em especial os da "Ponta da Ilha", que tem o privilégio de ter no seu horizonte a beleza natural das ilhas de São Jorge e Terceira.

Oxalá que assim venha a acontecer. Será mais um excelente contributo dado pelo Deputado Europeu que se recandidata - o amigo Dr. Paulo Casaca, a quem, aqui deste local de reflexão - a Engrade - enviamos um grande Abraço.


(a) Não tive oportunidade de estar presente (?) . Só tive convite para o domingo nas Lajes, mas tinha já assumido o compromisso de presidir à Assembleia Geral da Soc. Filarmónica "União Artista". Tive, porém, o grato prazer do seu telefonema na 2ª feira (26) a me relatar o que se tinha passado. Obrigado mais uma vez, amigo Dr. Paulo Casaca."

Anónimo,  22/10/06 18:32  

Do mesmo autor mas em registo MUITO melhor!

"Prova "cega" de vinhos... Expectativas goradas, ou talvez não...
2003-08-22 22:59:45
Rui Pedro Ávila
Aposentado - Ilha do Pico


Rui Pedro Ávila


Há anos, muitos anos, ele - o vinho verdelho do Pico - era produzido por toda a ilha, da Ponta da Ilha (Engrade e Manhenha) à Criação Velha, passando pela Baía de Canas...

Ficaram algumas "parreiras" na Engrade, que entretanto foram-se perdendo...

Restam hoje com alguma relevância, apenas as vinhas da Criação Velha... Mas continua a ser um excelente vinho, aquele que é feito na Adega do produtor... Seja o José "Frade", o Professor Duarte, o Augusto, o Manuel Ferreira Pereira, o José Albino e tantos outros... Este excelente vinho - conhecido por "verdelho" - é único nos Açores, pelo menos para nós, já que não tem comparação com o dos Biscoitos - Terceira, nem com o da Graciosa...

Dum excelente produto, feito na Adega típica do Homem do Pico, nunca se conseguiu, na Adega Cooperativa, criar comercialmente um vinho verdelho semelhante. Fosse o "Pico" Aperitivo, ou mais recentemente o "Lagido". Era esta a opinião que andava nas "bocas" do nosso Povo, embora, seja de relevar, só era dito em "voz baixa", não fossem alguns "iluminados" e "provadores experimentados" classificá-los com epítetos menos respeitosos...

Mas que se dizia que o "Lagido" não correspondia nem à qualidade que se propagandeava, nem ao investimento financeiro que era exigido, nem à tradição do nosso verdelho, isso dizia-se...

Veio agora a Prova "cega" de vinhos e foi ver-se os resultados, que só podem surpreender os menos avisados, ou mais crédulos...

O verdelho do Professor Duarte ficou em 1º lugar...

O "Cavaco" branco idem e o "Curral Atlantis" tinto também...

Será que tem havido falta de rigor ?

Será que não tem havido um acompanhamento técnico à altura ?

Ou será que, afinal não havia que inventar mais nada, já que o "verdelho" que ainda hoje é produzido na Adega do Agricultor é mesmo o melhor ?

Será que se justificavam as verbas insistentemente solicitadas ao erário público regional para produzir algo que afinal não tem qualidade ?

É com tristeza que verificamos que, afinal, alguém andou a "delirar"... Ou não será ?"

Deixe lá o Vinho de Cheiro e mantenha o rsto da lucidez.

Anónimo,  23/10/06 20:51  

Neste blog:
Adega Cooperativa com problemas estruturais.

Anónimo,  23/10/06 21:45  

Em relação ao 1º concurso de prova de vinhos dos Açores, CLASSIFICAÇÂO DOS 3 PRIMEIROS:
Brancos:
Cavaco 2002 - 80 pontos;
Curral d'atlantis 2002 - 78 Pontos
Pedras Brancas 60% Verdelho - 77 pontos

Tintos:
Curral d'atlantis 2001 - 76 Pontos
Curral d'atlantis 2002 - 75 Pontos
Ponta Garça - Agronómica - 68 pontos

Licorosos
Czar - 84 pontos
Terra do Conde - 83 pontos
Lajido - 75 pontos

Anónimo,  23/10/06 21:54  

O Serpa na RTP???

E foi mesmo..., muita presunção, nenhuma água benta.
E sobre vinho e vinhas que era suposto o Sr. Ex- Padre, Ex- Político só nos deu foi.... música. Um Pagode!

Anónimo,  24/10/06 20:38  

Há quem faça confusão entre SERIEDADE e ESPERTEZA!

Anónimo,  25/10/06 23:06  

Um comentador anterior disse que é habitual no sector vinicola açoreano deitarem poeira para os olhos dos açoreanos. Ora foi, nem mais nem menos, isso que o Presidente da CVR Açores fez na RTPA.
Para justificar a construção de um laboratório afirmou: "é porque agora os viticultores preocupam-se e querem saber o gráu dos seus vinhos."
Ó Sr. Serpa, isso já acontece há pelo menos 45 anos desde que a cooperativa vitivinicola começou a receber uvas.
Mas o Sr. parecia eufórico a ouvir-se a ele próprio e não se ficou por aí. Afirmou também que a CLONAGEM está na MODA.
Olhe, deixo aqui esta constatação: essa é uma MODA de há muitos anos, e tanto quanto se sabe é feita pelas UNIVERSIDADES, como seja, "AVALIAÇÃO ENOLÓGICA DE CLONES"; "SELECÇÃO MASSAL GENOTIPICA"; "DESPISTE DE VIROSES"; "SELECÇÃO SANITÁRIA E GENÉTICA"; ETC, etc.
Mas disse ainda o Sr. Presidente da CVR, pasme-se, que a certificação dos vinhos devia ter começado pela certificação regional.
Hom'essa, então a certificação de vinhos nos Açores começou pelo telhado? e como se não bastasse partiram as telhas antes de as colocar?
Olhem, façam esse laboratório de 500 000 euros para estudar TRÊS CASTAS de uva que é o mesmo que fazer cocegas ao Alberto João da Madeira!!!

Anónimo,  26/10/06 12:44  

O Sr. Serpa esqueceu-se de dizer que o montante do subsídio que os Açoreanos têm de pagar para se fazer vinha no Pico, na zona classificada como património, é de:
3 500 € (TRÊS MIL E QUINHENTOS euros) por HA e POR ANO. (dec. reg. regional n.º 7/2006/A de 9 de Fevereiro de 2006)

Anónimo,  26/10/06 22:49  

VERGONHA E SUSPEITA.- Sâo duas irmães gémeas: a primeira de onde uma vez sai nunca mais entra, e a outra onde uma vez entra nunca mais sai.

Anónimo,  27/10/06 16:56  

Sou do continente e sempre me apeteceu beber um vinho das ilhas.Um dia consegui provar um da adega coop. da ilha do Pico. Não era mau, mas disseram-me que tinha mosto concentrado? È verdade? Eu sei que vários países estão utilizando, uma vez o clima de alguns países não conseguirem os "resultados de laboratório"desejados. Embora dentro das regras, não era de colocar no rótulo tal indicação?
Assim julgamos estar a beber um vinho do pico, certificado, e ...
Será que alguém mais abalizado conseguirá informar-me? Obrigado desde já.

Anónimo,  28/10/06 11:33  

meia/dica
http://radiograciosa.blogs.sapo.pt/2006/05/22/

Anónimo,  28/10/06 17:08  

Excesso de vinho mata pequenos produtores

"O sector do vinho está sentado numa bolha prestes a rebentar", afirma António Lopes Vieira, director-geral da Vinalda.
Segundo este responsável existem 10 MILHÕES de caixas de vinho de NOVE LITROS CADA(*) em excesso no mercado, que Não SERÃO consumidos".

(*)120 milhões de garrafas.

(...)
"Esses produtores andam a perverter
as regras do jogo, pois empurram dramáticamente os preços para baixo.As feiras de vinhos estão à porta e basta contar o número de vinhos diponíveis ABAIXO DE 2 EUROS, valor abaixo do qual nenhum vinho é económicamente rentável.Aliás, já aparecem abaixo de UM EURO, situação de desespero claro".
(...)
(Vejam o resto da entrevista)
in Media monitor
Sector Vitivinicola
Título: Excesso de vinho mata pequenos produtores
2006/10/06 Vida económica-principal Pág.31 Imagem:2/2
Âmbito : NACIONAL
Temática: Gestão /económica/Negócios
Periodicidade: Semanal
Tiragem:21 680

Anónimo,  28/10/06 18:15  

ESTÁ NA HORA DE DIZER BASTA AOS NOSSOS GOVERNANTES!
Párem de gastar o NOSSO DINHEIRO insentivando as concorrências desleais no sector do vinho açoreano.
Quem fez o buraco que o tape.

Anónimo,  29/10/06 00:37  

No século XVI ao chegarem ao Pico as primeiras cepas de Verdelho não se poderia imaginar que,ao longo dos séculos XVII,XVIII e inícios do século XIX,estes produziriam um vinho de tão excepcional qualidade que a família de comerciantes alemães Wants Walter o levaria até aos réis de Inglaterra e aos Czares da Rússia. Documentos históricos contam-nos que era considerado nas cartas de vinhos dos banquetes reais, que os Czares enviavam aos seus barcos para recolherem tão precioso néctar,os médicos receitavam-no e até Leon Tolstoi o refere no seu Guerra e Paz.

Em meados do século XIX,vitimadas por doenças,as vinhas foram sucumbindo perante o olhar impotente das gentes do Pico.Desde então este “ouro líquido” e ex-libris da nossa terra reduziu-se ao fabrico caseiro e ao consumo local.

Há uns anos atrás um grupo de agricultores,organizados na Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico pôs mãos à obra e,tal como no passado,cultivando as suas vinhas junto ao mar,em Região Demarcada,nas fendas das rochas,vinificou-se de novo,este vinho

tal qual a cepa o dá.

Voltam assim as gentes do Pico a oferecer o Vimho Licoroso que hoje toma o nome de Lagido..

TODO ESTE ARRAZOADO VEM IMPRESSO NA EMBALAGEM DE VENDA DO VINHO LAJIDO.

É NO MINIMO UMA CERTIFICAÇÃO FRAUDULENTA E UMA VENDA DE GATO POR LEBRE O QUE É LAMENTÁVEL E NÃO DIGNIFICA AS GEnTES DA ILHA DO PICO.

Isto porque convém lembrar as palavras do enólogo Viana Oliveira , ex-enólogo das cooperativas do Pico e da Graciosa, e ex membro da CVR Açores: "AQUILO QUE ERA VULGAR CHAMAR-SE "VINHO VERDELHO" HOJE SÓ O PODERÁ SER SE, GARANTIDAMENTE, O VINHO FOR FEITO COM UMA PERDENTAGEM DESTA CASTA QUE DEVERÁ RONDAR O MINIMO DE 85% E TIVER SIDO CERTIFICADO COMO TALPELA CVRA, TUDO O RESTO É ILEGAL" in Diário Insular de 11 de Março de 1998.

Anónimo,  29/10/06 13:52  

O mundo é todo um teatro, e todos são actores ou espectadores.O destino compõe a peça, a fortuna distribui os papéis e os homens e mulheres de espírito fazem as decorações.
Á entrada recebe-se um bilhete com a marca - esperança - os ricos vão ocupar os camarotes, os abastados, o anfiteatro, e os pobres a plateia. Algumas mulheres distribuindo refrescos...
As loucuras de toda a espécie formam a orquestra.O tempo levanta o pano, a peça começa por gritos,lágrimas e suspiros, seguem-se os risos, os jogos e as diversas ilusões. A variedade dos objetctos diverte uns, interessa a outros, e aflige o maior número.A estas ilusões sucedem-se as manobras, os projectos ambiciosos, os calculos de interesse, e os tormentos do orgulho.
Operam-se metamorfoses de todo o género com uma destreza e facilidade surpreendentes: gigantes tornam-se pigmeus, anões transformam-se em gigantes.Chegam depois os pezares, os sofrimentos e as dores.
O sábio, esse põe-se a um canto, para observar sem ser visto. Finalmente o abismo abre-se, traga tudo, e a morte levanta a cortina da eternidade.

tmz

Anónimo,  30/10/06 08:44  

A Viticultura dos Açores: uma tragédia em três actos!

Anónimo,  30/10/06 21:23  

procurem neste blog - adegas cooperativas-ou então pelas datas.

Anónimo,  1/11/06 14:56  

Adegas cooperativas, cooperativa vitivinicola, CVR Açores, Desenvolvimento Agrário, etc:
Muitos meninos e meninas a brincar às casinhas, sem fundações, sem alicerces e PIOR, convencidos que vão ter arranha-céus.
VEJAM como se constroi:
Madeira: Reforma do vinho na UE não atingirá sector regional
Funchal, 02 Set
O sector vitivinícola da Região Autónoma da Madeira não será afectado pela proposta de reforma do sector apresentada pela Comissão Europeia, disse hoje à Agência Lusa o secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais, Manuel António Correia.

"Há apoios comunitários para reconverter, reestruturar e aumentar a produção", realçou o secretário regional, à margem das iniciativas do programa de animação turística "XXV Festa do Vinho Madeira", que decorrem no Funchal e no Estreito de Câmara de Lobos.

A reforma, cujo projecto inicial a Comissão Europeia apresentou a 22 de Junho e que estará em discussão pública até ao final de 2007, prevê a destruição de 400 mil hectares de vinha na União Europeia e a diminuição das ajudas ao sector sob o argumento da necessidade de se produzir "menos e melhor" vinho.

Confrontado com esta situação, Manuel António Correia sublinhou que a Madeira "tem uma produção baixa de vinho", à qual estão associados aspectos económicos, sociais, culturais e turísticos, "especificidades consagradas no Estatuto de Região Ultraperiférica".

Lembrou ainda a recente prorrogação, de 2006 para 2013, da determinação comunitária de extinção da produção dos híbridos de produtores directos (uva de castas não nobres que não pode ser usada no fabrico do vinho Madeira) e a criação de um programa de apoio à reestruturação da vinha "cujas candidaturas estão neste momento em curso e que prevê apoios até 75 por cento".

"É a própria União Europeia que, neste momento e especificamente para a Região Autónoma da Madeira, está a estimular o aumento da produção", afirmou o governante madeirense responsável pela área da agricultura.

Manuel António destaca ainda que a comercialização do Vinho da Madeira está estabilizada, tendo-se fixado em 2005 em 3,4 milhões de litros, volume que deverá registar um ligeiro crescimento este ano.

Essa comercialização atingiu em 2005 os 14,218 milhões de euros contra os 10,662 milhões de euros de 2000, o que representou um aumento de 33,4 por cento, faz notar o secretário regional.

Destaca ainda a progressão da qualidade da uva que foi de 9.30 graus em 2003; passando para 9.25 em 2004 e para 9.85 graus em 2005.

Entre 2003 e 2005, o rendimento do agricultor, segundo o secretário regional, subiu 7,45 por cento e o do vitivinicultor 7,72 por cento, num sector que envolve cerca de 1.600 viticultores.

Num sinal da confiança no sector, Manuel António Correia lembra também o aumento de produção dos vinhos de mesa madeirenses (tintos, brancos e rosés) que, em 2004, foi de 156.854 litros, e, em 2005, de 245.959 litros, mas cuja meta é atingir os 500 mil litros, ou seja, 10 por cento das importações (5 milhões de litros/ano). in:
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2006/09/03.htm

Anónimo,  1/11/06 19:04  

c're'homes por via do terral ira-má cu foucho... à macaco cinzão pi'esco q'ús vigia.

Anónimo,  2/11/06 19:24  

É a confirmação. Fui ver o sugerido por um comentário anterior, adegas coop. dia 20 julho neste blog.os comentários dão que pensar.

Anónimo,  2/11/06 21:36  

Isto está a enfraitear com a froca a aperecer.Oh! E a poeirar agente q'apenas a bem de fala.

Anónimo,  4/11/06 11:39  

Os bois pelos nomes:
No Pico, no passado dia 14 de Setembro deu-se o lançamento do Emissão filatélica que tem por base uma mentira: - "O famoso vinho verdelho".
Não sei se as Actividades Económicas têm fundamentos para mandar retirar do mercado os selos que fazem publicidade ao Vinho do Pico como se de vinho verdelho se tratasse(Publicidade Enganosa)
De qualquer forma é uma publicidade a fazer lembrar o antigo regime, é uma publicidade fascista e como a maioria das pessoas do Pico não são fascistas nem a maioria dos que nos visitam, vão certamente querer beber um outro vinho, dos Açores.
veja-se a prova da falsificação em http://www.vinhos.online.pt/dar.asp?id=1353
"m Julho de 2004, a UNESCO considerou a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, Açores, como Património Natural da Humanidade. A ilha desenvolve-se em torno do vulcão, com 2351 metros de altitude, e a área classificada engloba os lajidos das freguesias da Criação Velha e de Santa Luzia no lado ocidental da ilha. O famoso "Verdelho do Pico" é cultivado em pequenas quadrículas de terreno onde crescem as vinhas, separados por muros de basalto negro feitos de pedra solta, chamados localmente de "currais". Nascidos de um solo de lava, protegidos dos ventos por essas paredes de pedra negra e áspera, aquecidos pelos raios de sol, os cachos de uvas ganham a doçura do mel. Espremidos, produzem um vinho branco seco, com uma graduação alcoólica dos 15 a 17 graus. Depois de envelhecido, dá um excelente aperitivo que, no séc. XIX, era exportado para muitos países da Europa e da América, chegando às mesas da corte russa. Depois da revolução soviética (1917), foram encontradas garrafas de vinho "Verdelho do Pico" armazenadas nas caves dos antigos czares. Hoje, este vinho ostenta a denominação de origem VLQPRD (Vinho Licoroso de Qualidade Produzido em Região Determinada).
As vinhas, que marcam a paisagem da ilha, produzem igualmente o tinto "vinho de cheiro", que é uma presença obrigatória na mesa nos dias de festa, bem como a muito apreciada - angelica, feita com mosto, aguardente e açúcar.
Esta emissão é composta por selos de 0,30 euros ; 0,60 euros; 0,75euros ; 1,00 euros ; Bloco com 4 selos 2,80 euros ; Sobrescritos de 1º dia: C6 - 0,55 euros e C5 -  0,75 euros ;Pagela de 0,70 euros e Bilhetes Postais: 4 x 0,45 euros."

Anónimo,  4/11/06 19:18  

Ilustre Açoriano Senhor Doutor Fernando Machado Joaquim, ao ler o seu interessante comentário fiquei ainda mais curioso(por ignorância),
sobre a história da sua Família,a mansão e os terrenos anexos dos Carmelitas.Estou certo que não se pode entender a Casa do Carmo, se não se conhecer a história do "Verdelho" no Pico e a história dos seus ilustres antecessores. Esse magnífico imóvel, mansão de veraneio dos Carmelitas sediados na Cidade da Horta, que foi comprado pela Câmara Municipal da Madalena.
Quanto ao vinho de "Verdelho do Pico",segundo várias referências entre as quais de Dr. Tomaz Duarte Jr., "antes de 1892 não se fazia só com a casta da verdelho, mas com doses adjuvantes de Malvazia, Boal, Sercial, Bastardo(tinto ou branco?),cada qual com as suas características peculiares mas a casta -mãe era o "verdelho", daí o nome por que passou à história".
Por isso e como açoriano gosto de saber a história das ilhas nomeadamente através de pessoas conhecedoras como V.ª Ex.ª. Não sei o que dirá o responsável por este blog,se deixar aqui o seu valioso testemunho.
Intelizmente, actualmente ao navegarmos na net deparamos com referências ao vinho do Pico como :"um vinho tipo verdelho".
Fazendo lembrar o "queijo tipo ilha".

Com respeitosos cumprimentos.

Vidal

Anónimo,  5/11/06 17:56  

AO LER ESTE BLOG DÁ-ME UM CERTO GOZO MORBIDO QUE É VÊ-LOS A MORRER NA CASCA.

UM AÇOREANO

Anónimo,  7/11/06 19:20  

As vinhas em curraia na zona classificada do Pico são iguais ás vinhas em currais nas ilhas de S. Maria (S. Lourenço, Maia), na Graciosa (Barro Vermelho, Bom Jesus), e Terceira (Biscoitos)
O Trabalho e o custo para se ter um vinha a produziré semelhante em qualquer uma das referidas ilhas, por isso acho que o regime de apoios a conceder pela administração regional devia ser extensivo às restantes ilhas e não só á ilha do Pico(o basalto pesa o mesmo em todas elas).
Além disso, estou a diligenciar no sentido de saber se os apoios concedidos ao abrigo do decreto regulamentar regional n.º 7/2006/A para a ilha do Pico é ou não inconstitucional.
É que isto de fazer agricultura é uma actividade económica como o comércio ou a industria e eu não estou disposto a ver os meus impostos para engordar este ou aquele agricultor.
No caso de o tal decreto ser considerado constitucional (o que duvido, então vou aconselhar um primo meu, comerciante na zona classificada de Angra do Heroísmo (património mundial) ereivindicar um apoio a conceder pela administração regional para manutenção do comércio tradicional na dita zona classificada de património mundial.
No tempo do Salazar havia o condicionamento industrial mas não o condicionamento rural. Agora temos a dscriminação do mundo rural, ou seja, os previligiados do mundo rural.
Numa democracia, a constituição não premite que se apoie a concorrência desleal como seja a publicidade ao vinho do Pico assim como os apoios concedidos à instalação de vinha no Pico.
Numa Democracia o sol quando nasce é para TODOS.

Anónimo,  10/11/06 21:49  

Então "A Ilha do Pico" não quer colocar no contra-rótulo das garrafas de vinhos certificados o nome correcto da casta:TERRANTEZ DA TERCEIRA? Antes quer ARINTO! Este arinto não existe! È o Terrantez da Terceira!!!!

Agora vão ter que inventar uma 3.ª casta!

Isto só vem dar razão ao Grão-mestre da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos.

Então e os vinhos já certificados contendo esta errada informação?
Vão ser retirados do mercado?

Para além do TERRANTEZ DA TERCEIRA existe o Terrantez (no Pico) como casta recomendada.
Acabei de ouvir no telejornal da RTP-Açores e ver técnicos preparados para inventar uma 3.ª casta.

Não esqueçam também senhores das vinhas e dos vinhos que a casta saborinho(Tinta)foi há pouco tempo p'ró Pico...SABORINHO DA TERCEIRA, assim como o VERDELHO ROXO!!!!!
Foi preciso vir propositadamente um técnico da CVR-Açores (ou Pico?)
assistir a uma vindima (este ano) aos Biscoitos (Adega do Produtor José Manuel Machado...para ver que existia VERDELHO ROXO...

Anónimo,  11/11/06 00:44  

INSTITUTO DA VINHA E DO VINHO


Ref.ª 0.7.2/941-CV/93 de 13 de Dezembro de 1993


Assunto: Lista Nacional de Sinónimos



Relativamente ao assunto mencionado em epígrafe, e para o conhecimento e fins convenientes, junto se envia a V.ª Ex.ª um exemplar actualizado da Lista Nacional de Sinónimos, elaborada neste Instituto, com a colaboração de diversas entidades.
Esta Lista Nacional foi elaborada com o objectivo de esclarecer correctamente o sector, numa área de extrema importância como é a dos encepamentos.

Na realidade, com a entrada em vigor da 2.ª etapa de adesão de Portugal à Comunidade Europeia, a a nossa legislação referente a castas teve de ser adaptada às normas previstas na regulamentação.

Foi assim elaborada a "Classificação das Variedades de Videira", de acordo com o estipulado nos Regs.(CEE)n.º 3800/81, da Comissão e n.º 2389/89,do Conselho, após diversas consultas ao sector.
Esta classificação foi publicada no Reg.(CEE) n.º 3369/92, da Comissão, de 24 de Novembro, constituindo a 13.ª modificação ao Reg.CEE) n.º 3800/81, que estabeleceu a classificação das variedades de videira.
Verifica-se no entanto, que inúmeras castas apresentam designações diferentes, quando referenciadas pelas Regiões. Procurou-se com a elaboração da referida LISTA NACIONAL DE SINóNIMOS, identificar, com o rigor possível as relações de sinonímia existentes entre as diversas castas e harmonizar a sua apresentação.

Esta "Lista Nacional de Sinónimos" relativa às castas que figuram naquela "Classificação", foi ordenada alfabeticamente, independentemente das castas serem recomendadas ou autorizadas, apresentando-se os seus "Nomes principais" a cheio (bold).

Pretende-se pois uniformizar a identificação das castas, qualquer que seja a região em causa ou tipo de produção(vinho de mesa, V.Q.P.R.D., Vinho Regional, etc.) evitando confusões e a proliferação de nomes.


Por outro lado, uma vez esclarecidas tanto as relações de sinonímia como as de homonímia existentes, poder-se-á trabalhar mais correctamente, quer ao nível dos encepamentos quer ao da sesignação e apresentação dos vinhos e mostos de uvas-Regs.(CEE) n.º 2392/89, do Conselho, de 24 de Julho e n.º 3201/90, da Comissão, 16 de Outubro.

Com os melhores cumprimentos

O chefe de Divisão
....................

Anexo: LISTA NACIONAL DE SINÒNIMOS

Página 4 :

Amor-não-me-deixes T
.....

Arinto BArinto de Bucelas,Pedernã
Arinto Branco B : Arinto no Douro
Arinto de Alcobaça B: ver Bical
Arinto de Bucelas B: ver Arinto
Arinto de Trás-os Montes B: ver Arinto do Interior
Arinto do Dão B : ver Malvasia Fina
Arinto do Interior B: Arinto do Douro, Arinto de Trás -Os-Montes
Arinto GalegoB: ver Malvasia Fina
Arinto Gordo B: ver Tamarez


Página 26:

Terrantez da Terceira

Terrantez do Pico


Página 30:

VERDELHO DOS AÇORES B

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