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Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos (CVVB) edita desde 1996 uma revista chamada "
Verdelho".
A REVISTA
"Mais do que a acta da vida da Confraria, esta publicação pretende ser um espaço convergente de ideias e debate de opiniões sobre a realidade actual da Zona Vitivinícola dos Biscoitos." Esta foi a primeira frase do seu primeiro editorial, escrito por Victor Alves.
Foi assim, com este espírito, que o boletim da CVVB nasceu, já lá vão dez anos, impresso a cores e em papel de qualidade.
Note-se que esta é, senão a única, uma das raras publicações periódicas da responsabilidade de uma confraria portuguesa e a única publicação periódica impressa, sob o formato de revista, que conhecemos nos Biscoitos.
O NÚMERO UM
A primeira edição da "Verdelho" foi dirigida por Victor Alves e editada por Jácome de Bruges Bettencourt, composta por 24 páginas e com uma tiragem de 500 exemplares.
Não nos sendo possível apresentar exaustivamente o seu conteúdo, optamos por registar um sumário alargado do mesmo, no intuito de despertar a curiosidade que vos leve a consultar a própria revista e apreciar o seu belíssimo recheio.
A capa (aqui reproduzida), para além da identificação da publicação, feita com letras "a oiro", é composta por uma fotografia de Ana Paula Carvalho intitulada "Curraletas de Verdelho dos Biscoitos".
A segunda página inclui, para além do já citado Editorial, a Ficha Técnica, o Sumário e a apresentação do 1º Directório dos Notáveis da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos.
"Verdelho dos Biscoitos - Um vinho aperitivo para grandes celebrações" é um texto de Jácome de Bruges Bettencourt, à altura Mestre dos Ritos e Cerimónias da CVVB, que refere a presença do néctar produzido pela Casa Agrícola Brum, Lda. em diversas "ementas do mais alto gabarito" com destaque para a "do jantar de gala, do dia 12 [de Maio de 1995], no Palácio Nacional de Queluz, que antecedeu o casamento de SS. A.A. R.R. os Duques de Bragança".
O biscoitense Luís Vasco Nunes, Engenheiro Agrícola, apresenta um "Contributo para o conhecimento das condições climáticas da Zona Vitivinícola dos Biscoitos", fornecendo alguns dados de variáveis climáticas, relacionando-os com a cultura vitícola.
Continuando a leitura do nº 1 da Revista "Verdelho", encontramos a reprodução do "Estatuto das Zonas Vitivinícolas dos Biscoitos, Pico e Graciosa", de acordo com a redacção do Decreto-Lei n.° 17/94, de 25 de Janeiro.
"Os Vinhos e a Qualidade" é o nome de um texto de Teresa Lima, Professora do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e, à data, Grande Inquiridora da CVVB. Este artigo faz uma contextualização à questão da qualidade alimentar em geral, e dos vinhos em particular, direccionando-se também para as questões técnicas subjacentes às análises química e sensorial dos vinhos.
Alfredo Borba, Director do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, regista algumas interessantes notas históricas a respeito do vinho na Ilha de São Jorge, sob o título "Castelletes um vinho de S. Jorge".
As páginas centrais deste boletim contém "O Verdelho dos Biscoitos e a sua técnica cultural", texto no qual João Madruga, Professor do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e, à altura, Vice-Grão Mestre da CVVB, conjuga alguns dados técnicos e científicos com a descrição do sistema de cultura tradicional do verdelho.
As investigações e o conhecimento prático de Luís Mendes Brum, Vitivinicultor biscoitense e, à data, Grão Mestre da CVVB, consubstanciam a "História viva da vinha e do vinho dos Biscoitos", num período que se reporta a 426 anos. O conhecimento partilhado vai desde relevantes dados históricos até explicações sobre a cultura da vinha, passando por referências ao Museu do Vinho dos Biscoitos.
O último terço da revista começa com a apresentação da "Constituição da Confraria", com a notícia de que nos Açores "Já existe oficialmente a Comissão Vitivinícola" e com a nota do falecimento de D. Osvalda Couto Ultra, confrada fundadora da CVVB.
Victor Alves, à altura, Grão Camareiro da CVVB, apresenta a "Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos", relatando aspectos da sua constituição e da cerimónia de entronização dos 18 confrades fundadores.
Seguem-se quatro páginas de fotografias, e respectivas legendas, que colocam "A Confraria em foco", e testemunham os acontecimentos mais importantes dos primeiros anos da história da CVVB, distribuídos por diversos locais dos Açores, de Portugal Continental e até de Macau.
A letra e a música do "Hino da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos" (neste blog apresentadas a 22 de Novembro de 2005) também integram o primeiro número da revista "Verdelho".
A fechar, na contracapa está publicado um mapa produzido pelo Instituto da Vinha e do Vinho que apresenta a lista e a respectiva localização das zonas de "Denominações de Origem" dos vinhos portugueses, onde naturalmente figura a dos Biscoitos.
De notar que quase todas as páginas incluem fotografias e ilustrações alusivas aos artigos apresentados, todos eles da autoria de personalidades de indiscutível e reconhecida craveira.
Nota 1: Seguindo de forma aproximada o mesmo esquema usado nesta oportunidade, apresentaremos em futuras ocasiões os restantes números já publicados.
Nota 2: Despedimo-nos de 2006 e recebemos 2007 com o melhor néctar vínico que conhecemos: Verdelho dos Biscoitos.
Apresentamos desejos de boa passagem de ano para todos (as felicitações para o novo ano surgirão amanhã).
5 comentários:
Um Bom Ano 2007 para o editor e director deste blog, familiares, amigas, amigos, visitantes e comentadores.
O primeiro número do BOLETIM,foi notícia na comunicação social açoriana. O Diário Insular de Angra,Cidade Património Mundial, publica a foto da capa e um texto intitulado "Verdelho dos Biscoitos com folhetim", no dia 7 de Março de 1997- Actualidade página 5.
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Fui consultar o Diário Insular de 7 de Março de 1997 e na verdade sempre que se refere ao Boletim da Confraria, tb na legenda da fota da capa...mas,referindo-se ao "folhetim" da Confraria do Vinho Verdelho dos Biscoitos cita o seu director Dr. Victor Alves:
Acrescenta que "connosco estão todos aqueles que, movidos pelo bom senso, acham que a paisagem vitícola é ainda a grande imagem de marca dos Biscoitos".
E continua o D.I.a citar,"Temos lutado abnegadamentecontra forças destrutivas, cerebralmente bem identificadas. Estamos longe de vencer o combate, mas vamos conseguindo aos poucos abater alguns inimigos".
E o folhetim , melhor o Diário Insular continua o seu comentário.
Temos bago dourado!
Como curiosidade é de registar que do acervo do Museu do Vinho de Macau(ou de Portugal?) fazem parte garrafas com vinho de vários produtores, cestaria, algumas ferramentas, um traje de confrade da Confraria, mapas e documentação referentes aos Biscoitos.
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