quinta-feira, 16 de abril de 2009

Crónica “Do Jazz ao Arquipélago”

Publicamos hoje um nosso trabalho*, tendo em atenção a referência feita à Orquestra AngraJazz, que integra diversos músicos biscoitenses.

"Esta segunda “Crónica de Lava” intitula-se “Do Jazz ao Arquipélago”.
Assim, a nossa viagem de hoje começa pelo recuar ao início deste mês de Outubro de 2008. Levo-vos mais precisamente à noite em que tive o prazer de assistir ao começo da décima edição do Festival AngraJazz. Com organização da Associação Cultural AngraJazz e da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, este certame, de qualidades já firmadas na esfera musical tanto regional como nacional, apresenta, ano após ano, muito do melhor que se faz a nível mundial neste género musical.
Mas, antes de algumas notas sobre as emoções da referida noite, assinalo que na tarde do mesmo dia, como primeiro marco do evento, neste ano de aniversário festivo, aconteceu o lançamento de um livro sobre os 80 anos de História do Jazz na Terceira, da autoria de João Moreira dos Santos e de António Rubio, com chancela da terceirense BLU edições. Esta obra apresenta o Jazz na Ilha Terceira desde os seus primórdios nos anos 20 e 30 do passado século até à actualidade, aglomerando descrições, testemunhos, fotografias e recortes da imprensa, num conjunto interessante, a explorar minuciosamente. Quase a fechar o livro surge a história deste festival, bem como da orquestra que o mesmo fez surgir.
Refiro-me à Orquestra AngraJazz, composta por músicos locais e dirigida por Pedro Moreira e Claus Nymark, ambos professores na escola de jazz do Hot Clube de Portugal. Pelo menos para mim, esta orquestra e os seus vários convidados formaram a constelação de estrelas maiores, na noite que começamos por mencionar. Desculpem-me o orgulho, mas assistir ao desempenho musical deste grupo de terceirenses, uns por naturalidade, outros por residência, partilhando o palco e as execuções instrumentais com os maiores nomes do jazz nacional, tais como Mário Laginha, Afonso Pais e Mário Barreiros, só para mencionar alguns, é deslumbrante. E isso não só pelo acontecimento em si, mas sobretudo pela qualidade conseguida. Estão de parabéns!
Entre os músicos da Orquestra AngraJazz, no caso acompanhado pela sua tuba, estava o compositor Antero Ávila, que referi na minha primeira crónica como o autor da peça musical “Arquipélago”, da qual usamos um trecho no genérico que acompanha a versão áudio destas “Crónicas de Lava”. De acordo com biografia publicada na sua página na internet, cujo endereço é
www.anteroavila.com, este picoense, actualmente radicado na Terceira, desde cedo despertou para a música, tendo assumido a batuta da Filarmónica de São Roque do Pico com apenas 14 anos de idade. Dois anos mais tarde prosseguiu estudos secundários e musicais em Angra do Heroísmo, após o que trabalhou como professor de Flauta de Bisel e Formação Musical. Rumando à parcela continental do território português, foi aluno do Conservatório Nacional de Lisboa e completou a Licenciatura em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa, regressando depois à Ilha Terceira onde é professor de várias disciplinas musicais. Por todos os locais onde vai estando, Antero Ávila tem colaborado em diversos projectos musicais, como executante, director artístico, maestro ou compositor. Para além da já aludida Orquestra AngraJazz, são de referir a Tuna Académica da Casa dos Açores em Lisboa, a Tuna da Universidade Lusófona, a Orquestra Regional Lira Açoriana e diversos agrupamentos do Conservatório Regional de Angra do Heroísmo.
Neste momento, para além da biografia pessoal, a página web do Antero Ávila apresenta os temas musicais por ele compostos bem como os seus contactos, e algumas ligações para outras páginas respeitantes a temáticas musicais, estando todos estes conteúdos disponíveis em português e em inglês. Visitem este espaço e escutem as obras deste autor. Pela minha parte não posso deixar de recomendar a audição do poema sinfónico “Arquipélago”, que de acordo com o autor do blogue “azorianos” auto-denominado “lajense”, “revela com perfeição o domínio técnico dos instrumentos e narra o nascimento das ilhas e a sua constante exposição aos elementos da natureza”. Na mesma linha está a afirmação de que esta é “uma excelente obra descritiva sobre os murmúrios da natureza do arquipélago” no dizer de Mário Cardoso, da empresa Cardoso&Conceição, actual editora dos trabalhos de Antero Ávila.
Desejo boas audições e deixo-vos um abraço!

José Aurélio Almeida
joseaurelioalmeida@gmail.com

* Segunda crónica da série "Crónicas de Lava", produzida para o programa "Voz dos Açores" (transmitido pela rádio kigs.com a 19 de Outubro de 2008) e publicada no jornal Diário Insular (a 18 de Outubro de 2008).

Faz hoje três anos que publicamos:
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